LGBT's: Não somos cobaias de laboratório!
A luz revelada nos olhos da criança
- A luta terrível entre forças divinas regendo o universo – forças demoníacas que abrigam o poder, possibilidades que negam a vida – confunde o que se deveria pensar sobre Deus, diante de ídolos de poder, de conhecimento científico, de dominação religiosa. Para projeções de desejos de força, poder, e de medo, é melhor o nada. O vazio. A tradição cristã abraça esse nada e esse vazio, apontando em escandalosas expressões o que está no coração da Natalidade: “A Palavra se fez Carne” (Jo 1.14), “Esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição da servidão humana” (Fp 2.7).
- Vítimas da impiedade vigente, o menino seria o Deus dos fracos como sua mãe. Da tipologia de Deus, agora no menino, o profeta garantia, no passado: “Eu habito em lugar santo, mas estou junto ao humilhado e esmagado” (Is 57.15). Portanto, não é olhando para os céus que ele é encontrado (Atos 1.10-11), mas no chão terreno onde a vida é aviltada. Não é zelando pela santidade, é no coração da miséria que o menino “nasce”, experimentando todas as fragilidades, injustiças, desigualdades, abandono e ameaças constantes de intolerância e exclusão. Frágil e mortal, sofria as condenações dos pobres desde o berço. Outro profeta disse que ele seria o juiz das consciências e defensor das causas perdidas: “Praticou o direito e a justiça [...], julgou a causa do pobre e do indigente abandonados” (Jr 22,15-16).
- A Natalidade do Senhor não é uma exibição de grandeza política ou religiosa. O menino não quis ser um ídolo e, como ele, Tiago disse: “O verdadeiro louvor e a verdadeira religião são o socorro ao pobre, ao órfão e à viúva” (Tg 1,27). Não há religião sem uma ética do cuidado, da misericórdia, da compaixão e da solidariedade. Voltada para o que sofre, o desprotegido, o que chora, que é abandonado, torna-se verdadeira.
- A tragédia do não reconhecimento do desenho poético de Deus nos condena à perplexidade. No menino de Nazaré vê-se o lado mais sombrio e efêmero do presente, que não só abandona os sofredores de injustiça, mas mergulha na impiedade. O mundo violento, egoísta, ganancioso, declara não depender de Deus, enquanto venera o Natal mercantilista e pagão. Muito menos mostra precisar do menino – e são as crianças que haverão de sobreviver a ele.
- No entanto, na voz melodiosa de Maria, a mulher: “a misericórdia de Deus continua de geração em geração… sua força dispersa os planos dos soberbos e arrogantes… derruba dos tronos os que detém poder, e valoriza a gente humilde que não tem com quem contar… cumula de alimentos os famintos, e manda os ricos para os quintos dos infernos… socorre o seu povo, conforme prometera no passado, recordando sua lealdade e fidelidade, para sempre” (Lc 1.46-55: paráfrase minha). Não há alegria maior, quando uma criança nasce para tal fim. Deus está conosco, “Jesus é a alegria do mundo”. Com a palavra o hino de J. S. Bach, que cantaremos em toda a sua profundidade e extensão neste dia de Natal, lembrando a solidariedade de Deus com os humilhados.
- Aqui nos deparamos com o destino humano, perspectivas abertas, horizontes infinitos, sem nos privarmos do esplendor da vida em todas as suas manifestações. Sonhamos com paraísos, no menino. Construímos utopias. Como os sons e as tonalidades do Universo, podemos dizer que há um céu em nós, como há um sol e estrelas; que não há um “eu” sozinho, mas muitos “eus” compartilhando a vida criada por Deus. O evangelho da Natalidade do Senhor recorre à poesia, poder da imaginação, porque um poeta imita Deus quando recorre à eficácia das belas imagens do mundo ideal (Lc 1,46-55). Um mundo sem males nem dores, um novo céu e uma nova terra (Is 65.17-25; Ap 21,1). Diria que “um belo poema, como o da Criação e do Universo inteiro (Salmo 19), não é mais que uma maravilhosa canção de amor pelo mundo criado”. Só os poetas, e o próprio Deus, creem que a beleza do mundo inteiro, como nos seus mistérios, está nos olhos da criança. Neles, os céus declaram a poesia de Deus, e o firmamento declama a obra das suas mãos.
É pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor do livro “O Dragão que Habita em Nós” (2010).
PODEMOS TUDO
De um lado, temos os que consideram a escolha do tema um equívoco; de outro, os que ponderam no atual contexto sócio-político brasileiro e conseguem enxergar no tema escolhido uma oportunidade, talvez pela primeira vez, de enfrentar o fundamentalismo religioso, que tanto mal tem feito às pessoas LGBT e às instituições políticas do nosso país.
Eu estou entre os que enxergam na escolha do tema a oportunidade de tratarmos publicamente, de maneira séria e responsável - e coletivo-democrática - sobre o espinhoso e maléfico fundamentalismo religioso de vertente "cristã". Na verdade, creio que passamos da hora de enfrentar este tema e debatê-lo publicamente!
Lamento os que enxergam na escolha do versículo bíblico cristão um equívoco e até entendo o temor de misturar temas como homofobia e religião ou reivindicação de direitos e religião, mas não creio que a intenção da APOGLBT seja misturar os temas, mas denunciar, usando a Lei do Amor transmitida por Jesus, a prostituição nefanda e nojenta que assola o Brasil nos nossos dias e que tem minado o avanço das agendas de Direitos Humanos em nossa pátria: o casamento nefasto de política e religião, ou melhor, o uso da religião para instalar entre nós um Estado Teocrático de fato, mas não oficial.
É urgente este debate em torno do uso da religião pela política e do assalto pela vertente fundamentalista religiosa das instituições democráticas no Brasil e creio que é exatamente isso que a APOGLBT deseja com a escolha do tema em questão. Se alguém duvida do debate urgente e necessário desse tema, precisa de colírio dos bons ou de coragem para publicamente assumir que alguns desejam a manutenção do atual estado das coisas entre nós, motivados, talvez, pelo tal senso de autopreservação. Leia Mais...
A importância da leitura no mundo contemporâneo
A literatura de modo geral amplia e diversifica nossas visões e interpretações sobre o mundo e da vida como um todo.
Na adolescência acaba-se excluindo a literatura do seu convívio diário, devido a falta do gosto pela leitura. Nas escolas, até que se tenta alguma coisa, no entanto, não chega a ser eficaz; quanto aos pais, nem todos tem o gosto pela leitura, desmotivando assim, seus filhos. Considerando que o exemplo, neste processo, ganha grande significado na construção de novos leitores.
Vivemos num mundo contemporâneo onde as palavras rascunhadas no papel não têm muito valor. A literatura hoje é recurso dos mais ricos, sendo que os mais pobres, até possuem este recurso, porém, não é explorado de forma adequada. Dessa forma, a literatura contemporânea se transformou num produto de elite, e aqueles que não tem o acesso ou simplesmente não tem o gosto de ler são deixados de lado. Tal realidade ganha veracidade quando comparamos alunos e escolas particulares com alunos de escolas públicas, visualizamos resultados extremamente desanimadores.
A leitura no seu sentido geral amplia nossos horizontes e nos transporta ao mundo da imaginação, sem contar os conhecimentos mil que acabamos adquirindo quando mergulhamos em universos desconhecidos como a literatura policial, a literatura infantil ou infanto-juvenil, a literatura fantástica, a literatura clássica, além dos artigos políticos, econômicos, sociais e culturais encontrados nos jornais e em outros veículos de informação impressa.
Portanto, é de suma importância desenvolver em nós uma “cultura de leitura”, pois só assim seremos aprendizes e formadores de opinião em todo ambiente social e democrático que estivermos.
Prof. Roberto Cerqueira Dauto
Graduado em Letras, técnico em Informática, publicitário, poeta, escritor e Diretor-Membro da Creche “Lar da Criança”
I Congresso Nacional de Direito Homoafetivo
Sobre o Direito Homoafetivo
O Direito Homoafetivo tem se desenvolvido como um novo ramo do Direito, com todo um arcabouço de proteção Jurídica que passa pelas relações familiares, de direito pessoal, sucessório, previdenciário, criminal, entre outras.
Atentos às transformações sociais, o IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família - através de sua Comissão da Diversidade Sexual e Direito Homoafetivo, a OAB/RJ, e as diversas Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil, através de seus Grupos de Trabalho e Comissões de Diversidade Sexual e Combate à Homofobia, apoiam o I Congresso Nacional de Direito Homoafetivo, coordenado pela Dra. Maria Berenice Dias.
O Evento ocorrerá nos dias 23, 24 e 25 de março de 2011, na Cidade do Rio de Janeiro.